Restaurante Oro | 2016 | Projeto de Paisagismo | Design de Objetos
Restaurante Oro - Chef Felipe Bronze
Local: Leblon - Rio de Janeiro - RJ
Ano do projeto: 2016
29/04/2016 | POR BETA GERMANO – Casa Vogue
Oito da manhã. Ela sai pontualmente para tomar seu banho de sol diário. Passa o dia observando as garotas passarem da praia em direção ao BB Lanches. Quando o sol cai e a nata carioca começa a se preparar para jantar no restaurante mais badalado da cidade, ela entra no salão para o seu show. Logo na entrada do novo Oro, o cliente vai se deparar com esta, que é uma das protagonistas do décor: a jabuticabeira flutuante!
“Eu vi os mini vasos que a Laura Sugimoto, do Wabi-Sabi Ateliê, faz para seus cactos e decidi usá-los para servir a comida. Depois descobri que ela usa uma técnica japonesa para criar pequenas plantas penduradas nestas estruturas metálicas. Aí lancei um desafio: que tal fazer uma árvore? Ela topou e eu escolhi a jabuticabeira”, explica o chef Felipe Bronze que cuida pessoalmente de todas as plantas do seu novo restaurante, situado no endereço do antigo Juice & Co., na esquina da rua General San Martin com a Venâncio Flores, no Leblon.
Agora como chef e proprietário da terceira versão do Oro – a primeira casa abriu em 2010 e a segunda fechou em junho passado, dois meses depois de ganhar uma estrela do Guia Michelin 2015 – Felipe fez questão de escolher cada detalhe dos ambientes como se fosse a sua própria casa. Aliás, literalmente.
Ele sonhava com um trabalho do artista Laercio Redondo, mas logo percebeu que seu lar não tinha o pé direito ideal para recebê-la. Não teve dúvidas: levou para o Oro. A lona revestindo os sofás? Igual a dos móveis de sua residência. A mesa-balcão de madeira foi desenhada para invadir o salão principal de um jeito informal. Para compor, cadeiras TISS de Zanini de Zanine.
No resto do salão? Mesas da linha Estrela, criada pelos Irmãos Campana para a A Lot of Brasil com as cadeiras Orquídea, de Rejane Carvalho. Para o bar com recortes geométricos (desenhado pelo próprio chef!), a elegida foi a poltrona Face, Zanini de Zanine. Tudo escolhido por Felipe.
“Eu já tenho experiência com restaurantes e sei exatamente o que eu quero. Escolhi tudo a dedo. Meu sonho agora é ter uma fachada pintada pelos OSGEMEOS. Sou fã! Aliás, ali no cantinho tem um quadro que eles fizeram para mim quando abri o primeiro ORO”, confessa o chef orgulhoso.
(…)
O cardápio oferece dois estilos de menu degustação: o criatividade – composto por pratos surpresa feitos com ingredientes do mercado, respeitando a sazonalidade – e o afetividade – entre as novidades, a lista é composta, ainda, por receitas consagradas do chef, como o crustáceo com creme de pistache e alcachofra e o brioche no vapor, feito em homenagem ao Cervantes (tradicional lanchonete carioca). Um destaque? O crocante de lula e aioli é para saborear da forma mais lenta possível.
Se o cuidado com o paladar e o visual é tão preciosista, Felipe não poderia escorregar na seleção das louças! Além dos objetos do Wabi-Sabi Ateliê e do Studioneves, ele comprou belíssimos pratos da espanhola Luesma & Vega. Já a iluminação ficou por conta de Maneco Quinderé. Mais alguns toques que valem ouro? A luminária preta com o fundo dourado e uma colher refletindo seu brilho e a tela de Dudu Garcia feita de ouro e carvão. Tudo a ver com a proposta do novo restaurante.